O estudo, referente a 2017, feito pelo Instituto Nacional de Estatística, visa compreender a Mobilidade e funcionamento nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto
No passado mês de Novembro, foi apresentado os resultados do Inquérito à Mobilidade. O estudo, referente a 2017, feito pelo Instituto Nacional de Estatística, visa compreender a Mobilidade e funcionamento nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Dada a importância e relação com o tema, gostaríamos de destacar alguns aspectos que resultam do relatório apresentado e que poderão ser uteis para a contextualização da mobilidade nas cidades.
O Inquérito à Mobilidade 2017 teve como objetivo principal caracterizar as deslocações realizadas pela população residente, dando resposta designadamente às seguintes questões:
Como nos deslocamos? Quanto tempo demoramos? Que distâncias percorremos? Que custos temos?
No Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto (AMP) e de Lisboa (AML), 2017, apuraram-se rácios de população móvel sem diferenças sensíveis entre as duas áreas metropolitanas: 78,9% na AMP e 80,4% na AML, tendo por base o intervalo etário considerado (6-84 anos) no inquérito.
As maiores proporções de população móvel foram identificadas nos municípios do Porto (85,0%) e Matosinhos (83,0%), bem como Amadora (87,7%) e Odivelas (84,6%).
Nos dias úteis, a população móvel foi inferior na AMP (82,9%) face à AML (85,1%), sucedendo o inverso nos dias não úteis: 71,2% na AMP e 70,9% na AML.
Tipo deslocação
De acordo com os resultados do Inquérito à Mobilidade (IMob) 2017, o automóvel foi o principal meio de transporte usado nas deslocações realizadas pelos residentes nas áreas metropolitanas, de forma mais marcante na AMP (67,6% das deslocações) do que na AML (58,9%), considerando todos os dias da semana em geral.
As deslocações por modos suaves (pedonal ou de bicicleta) surgem como a segunda forma de locomoção mais expressiva no total das deslocações, registando um peso conjunto de 18,9% na AMP (0,4% relativos à bicicleta) e de 23,5% na AML (0,5% relativos à bicicleta).
Os transportes públicos e/ou colectivos, como principal meio de transporte, representaram 11,1% das deslocações na AMP e 15,8% na AML.
Tempo deslocação
As deslocações efectuadas pelos residentes da AMP e AML duraram em média 22,0 minutos e 24,5 minutos, respectivamente. No município do Porto a duração média das deslocações diárias foi 23,6 minutos e no município de Lisboa foi 26,0 minutos.
Distâncias
Em termos de distâncias percorridas, estimaram-se 10,6 km em média, para deslocações dos residentes da AMP e 11,0 km na AML. Considerando as deslocações por motivo de trabalho, a distância média foi 13,4 km na AMP e 14,8 km na AML.
A distância média das deslocações na AMP variou entre um máximo de 13,2 km em Gondomar e um mínimo de 7,5 km em Vale de Cambra.
Custos
Relativamente a despesas com a mobilidade, verificou-se que 46,0% da população residente na AMP e 56,2% na AML tinham habitualmente despesas com transportes públicos. Na AMP, entre os indivíduos que tiveram este tipo de despesa, 50,2% dos respetivos agregados tinha um gasto mensal de 30 ou mais euros, enquanto na AML este nível de gastos mensais atingiu 69,9% dos agregados.
Nos agregados com veículos motorizados, 22,4% dos residentes na AMP e 26,9% na AML tinham habitualmente despesas com estacionamento, mas foram as despesas com portagens que se revelaram mais habituais na população, tendo sido referidas por 41,5% dos residentes na AMP e 42,2% na AML.
Entre os agregados com veículos à disposição, 15,5% dos residentes na AMP revelou não ter habitualmente despesas com combustível, proporção que atingiu os 20,3% na AML. Destaque para os municípios do Porto (28,0%) e de Lisboa (30,1%), onde se registou a maior proporção de indivíduos que, possuindo veículos motorizados associados ao seu agregado, indicaram não ter habitualmente despesas com combustíveis
Fonte: INE, Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa | 2017